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Bolsa recua com eleições nos EUA e expectativa por corte de gastos; dólar ronda R$ 5,70

O Ibovespa encerrou em queda e o dólar se manteve próximo de R$ 5,70 nesta terça-feira (23), em sessão de alta dos títulos do Tesouro nos Estados Unidos, com investidores inclinando para a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais.

Na pauta doméstica, mercados mantêm o foco na política fiscal e na expectativa de um pacote de corte de gastos que deve ser anunciado pelo governo federal após o segundo turno das eleições.

O principal índice do mercado brasileiro encerrou o dia com perda de 0,55%, aos 129.233 pontos, com pressão negativa de empresas expostas a commodities.

A Vale (VALE3) fechou a sessão com perda de 1,75%, com desvalorização dos contratos do minério de ferro na China, enquanto Petrobras (PETR4) recuou 1,25% em linha com baixa do petróleo com dados do estoque dos EUA.

O movimento no Ibovespa vai na mesma direção das principais bolsas em Wall Street, com fecharam no terreno negativo após o rendimento do Tesouro nos EUA superarem o patamar de 4%.

Apesar da alta dos títulos nos EUA, o dólar fechou praticamente estável, com leve baixa de 0,06%, negociado a R$ 5,693, após operar no campo positivo durante a maior parte da sessão.

Cenário internacional

A expectativa de vitória de Trump nas eleições de novembro voltaram a mexer com os mercados nesta sessão, com temor de que medidas do republicado pressionem os preços para cima.

As promessas de Trump de elevar impostos de importação, conter a imigração e baixar impostos são consideradas inflacionárias, sustentando nas últimas semanas o avanço do dólar e rendimentos de títulos.

“O debate sobre a eleição dos EUA está ficando cada vez mais aquecido. Há muita apreensão sobre o vencedor. Trump tem ganhado espaço nas pesquisas e uma política protecionista e expansionista fortalecem o dólar”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Corte de gastos

Na pauta doméstica, as atenções dos mercados se voltaram as expectativas com o pacote de corte de gastos que deve ser anunciado pelo governo federal nas próximas semanas.

“Um número acima de R$ 40 bi em cortes estruturais pode refletir positivamente no nosso mercado. Já um número abaixo pode causar maior estresse na nossa curva de juros e no dólar”, pontua Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que vai discutir medidas fiscais ao retornar da agenda do G20 nos EUA, no fim desta semana.

“Tenho reuniões agendadas tanto com os demais ministérios, quanto com o presidente Lula. Temos um caminho para percorrer”, disse.

No mesmo dia, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que entregará “em breve” uma série de iniciativas para contenção dos gastos públicos.

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*Com informações da Reuters

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